terça-feira, 13 de abril de 2021

Os Sete Maridos de Evelyn Hugo

 


Parti para a leitura de "Os Sete Maridos de Evelyn Hugo" com as expectativas muito elevadas, tendo em conta as múltiplas opiniões extremamente positivas que fui ouvindo. Posso adiantar que não fiquei desiludida, mas não me senti tão arrebatada pela história e pelas as personagens como estava à espera. 

Durante a leitura deste livro conhecemos toda vida da personagem principal com enorme detalhe. Ao longo destas páginas, Evelyn Hugo faz um relato da sua vida a uma jovem jornalista para que seja escrita a sua biografia. 

Lemos sobre uma vida típica de uma diva do cinema, extremamente preenchida, cheia de glamour, de festas de Óscares, de escândalos, de alegrias e também tristezas, e tudo isto, nos proporciona uma leitura rica e prazerosa. 

Apesar disso, senti que faltava intensidade nas palavras da autora, não senti grande emoção ao ler as páginas de vida de Evelyn Hugo.

Achei o enredo demasiado novelesco e talvez por isso, a história tenha perdido um bocadinho o interesse e eu não consiga dar as 5 estrelas. 

No entanto, é um óptimo livro, que se lê de forma bastante fluida e que nos proporciona umas excelentes horas de leitura.

quarta-feira, 7 de abril de 2021

A Dança das Estrelas


Começo por dizer que eu pertenço ao grupo de pessoas que não parte para a leitura de um livro sem ler a sua sinopse. Talvez tenha já ocorrido com um ou dois autores mas, normalmente, leio sempre. Neste caso, foi novamente uma sinopse que me despertou o interesse neste "A Dança das Estrelas". Apesar de ter o "Prodígio" na estante, nunca tinha lido nada da autora, embora já tivesse recebido opiniões muito positivas sobre a mesma. 

Este livro fala-nos da enfermeira Julia Power que trabalha num hospital, dirigido por religiosas, mais precisamente na ala da maternidade, com grávidas infectadas pelo Influenza, numa altura em que a Irlanda estava devastada pela guerra e onde este vírus dizimava a população. 

A história tem a particularidade de ser contada em poucos dias e, na sua grande parte, dentro de um quarto da maternidade, com condições lastimáveis, onde as brilhantes descrições que nos são reproduzidas originam uma sensação de sufoco. São vários os trabalhos de parto que nos são descritos de forma bastante detalhada (e às vezes um pouco gráfica) e que conduzem o leitor a uma angústia constante. 

Ao longo do livro, tomamos contacto com diversas personagens bastante interessantes e ricas nas suas histórias de vida. São-nos apresentadas mulheres fortes com passados complicados, como a Dr.ª. Kathleen Lynn, uma médica procurada pela polícia por ser uma revolucionária do Sinn Féin. Esta personagem torna-se ainda mais interessante, uma vez que se baseia numa pessoa real. Para além da personagem já indicada, outras personagem têm uma enorme riqueza e uma importância no desenrolar da histórias como a própria enfermeira Julia e a sua jovem ajudante. 

"A Dança das Estrelas" é um livro que se lê de forma bastante célere e sôfrega, uma vez que o leitor dá por si a ansiar por saber o desfecho dos vários episódios que se vão desenrolando no interior daquele quarto. Todavia, a autora passou por todos os temas, à excepção dos pormenores dos partos, de forma algo superficial. Gostaria de ter lido mais sobre como era a vida na Irlanda em plena pandemia, sobre o comportamento da Igreja à época e sobre o impacto da guerra. 

A autora acabou por não aprofundar estes temas, o que me deixou, enquanto leitora, algum dissabor. O último capítulo é o mais importante e o que mais gostei do livro. Embora considere que a história termina de forma algo abrupta. Emma Donoghue poderia ter-se "demorado" mais em toda esta trama cheia de potencial. 

A titulo de curiosidade, a escritora explica que esta obra foi começada em 2018, inspirada na Gripe Espanhola, e que, pouco depois de entregar o rascunho à editora, em Março de 2020, o mundo actual entrava em estado de pandemia. Como é evidente, existem alguns detalhes no livro que nos permitem identificar pontos em comum e fazer paralelismos com a realidade actual, mesmo passados mais de 100 anos.



 

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2021

Por Trás Dos Seus Olhos


Li este livro, "Por trás dos seus olhos", em dois dias, comecei ontem e acabei hoje. Não consegui parar de ler, é de leitura compulsiva, frenética e o leitor está sempre com vontade de saber o que vai acontecer na página seguinte. 

A história é contada a várias vozes, cada uma à sua vez, e eu gosto muito quando isto acontece nos thrillers porque mantém o leitor agarrado às personagens, com capítulos curtos, e sem se aborrecer. 

No entanto, à semelhança do que aconteceu com outro livro, cujo título não vos vou dizer porque seria uma espécie de spoiler para este, fiquei com um enorme amargo de boca no final.

Os thrillers têm que ter grandes finais e este, se eu quiser ser justa, até o tem, só que também foi o final que me tirou imediatamente todo o entusiasmo que tinha tido até então. 

De qualquer forma, quase até ao fim foi uma leitura de 5 estrelas, mas depois baixou para as 3 estrelas nas últimas páginas. 

No entanto, não deixa de ser um livro que proporciona um momento de leitura prazeroso. 

O rumo que a autora escolheu, para mim, é o ponto negativo, mas para outros leitores pode ser exactamente o elemento positivo do livro.

Dêem-lhe uma oportunidade e vejam de que lado ficam, o do final brutal ou do que estragou a história. 

Este livro foi adaptado e está disponível em série no Netflix. 

sexta-feira, 29 de janeiro de 2021

Os Meninos da Estrela Amarela

 


Depois da leitura do ‘Canção de Embalar de Auschwitz’, que entrou directo no meu top de livros sobre esta temática, resolvi apostar neste ‘Os Meninos da Estrela Amarela’ do mesmo autor, e em boa hora o fiz.

Apesar de não ser tão marcante e duro de ler como o primeiro, é igualmente aflitivo em muitos momentos da narrativa.

Conta-nos a história de Jacob e Moisés Stein, duas crianças que vivem com a sua tia em Paris, uma vez que os pais foram obrigados a fugir para o lado da ‘França Livre’. Entretanto, em 1942 há uma enorme rusga contra os judeus e estes meninos são levados pelos Gendarmes. É a partir daqui que vamos acompanhar a incessante fuga dos dois e a busca pelos seus pais.

É nesta viagem das duas crianças que Mario Escobar nos dá a conhecer a história de “Le Chambon-sur-Lignon” e a importância deste local na história da segunda guerra. Foi nesta aldeia que muitos judeus que estavam a ser deportados para os campos de extermínio se puderam esconder com a ajuda dos seus habitantes.

O autor visitou este local com a sua família e no final do livro encontramos muita informação e fotos tiradas no museu de Le Chambon-sur-Lignon.

Há também uma referência a Albert Camus na própria trama de Jacob e Moisés. Também no final da obra podemos encontrar uma foto do mesmo, uma vez que esteve alojado perto desta aldeia, em 1942, para se recuperar de uma tuberculose e foi testemunha da resistência e ajuda aos judeus por parte dos habitantes de Le Chambon-sur-Lignon.

Devo dizer que fiquei fascinada com a história destes heróis deste cantinho de França, quase junto à fronteira com a Suíça, e fiquei cheia de vontade de saber mais e visitar este local e o seu museu.

Posto isto, mais um Mario Escobar ao qual dou 5 estrelas e recomendo a sua leitura.


segunda-feira, 4 de janeiro de 2021

As Mensageiras da Esperança


As mensageiras da esperança foi lido ainda em 2020, foi o último livro do ano, e entrou directamente para os preferidos.

Esta obra de Jojo Moyes é baseada na história verídica de um grupo de mulheres do Kentucky que viveram nos anos 30. 

Ao longo desta narrativa vamos acompanhar a vida sofrida de várias mulheres, sendo duas as protagonistas principais: a Margery e a Alice. 
Margery é uma mulher dura, independente e muito destemida, que tem uma história familiar árdua e é a líder do grupo das bibliotecárias - "Horse Librarians of Kentucky" - de que o livro versa e cuja historia iremos acompanhar. Por outro lado, Alice é uma rapariga inglesa de uma família conservadora, que acaba por encontrar no seu casamento, com o americano Bennet Van Cleve, uma escapatória à sua vida na asfixiante família. Muda-se para o Kentucky com o seu marido e nada é como estava à espera, uma vez que continua a ter uma existência infeliz. É esse o principal motivo que a leva a juntar-se ao grupo das bibliotecárias a cavalo.
É com base nestas personagens que Jojo Moyes inicia o desenrolar desta magnífica história. Os trajectos que estas mulheres fazem a cavalo para entregar os livros às pessoas que vivem nas zona mais recônditas, o cansaço e todas as dificuldades que as personagens enfrentam são-nos brilhantemente descritos pela autora e fazem com que o leitor se transporte para o que está a ser contado. 
Considero ainda extremamente interessante, a forma como são descritas as amizades e os laços que, através dos livros, se estabelecem entre estas mulheres, mas igualmente as relações que as mesmas criam com as pessoas a quem levam os livros e que em algumas situações demonstram resistência a esta biblioteca. 
No entanto, todas as descrições da autora servem para salientar aquele que considero o aspecto essencial deste livro, que é a forma brilhante como nos transmite e dá a conhecer a realidade de uma América profunda dos anos 30 e do papel da Mulher nesta época. 
Ao longo de todo o livro é-nos retratada uma sociedade altamente castradora para o género feminino e onde principalmente, as mulheres que leem e com capacidade de argumentar, eram consideradas um perigo para os homens. 
Existem episódios de enorme intensidade no enredo que criaram em mim, enquanto leitora, um nó na garganta e uma enorme revolta enquanto mulher, tendo em conta a violência dos mesmos. 

Em suma, convido-vos a lerem este "As Mensageiras da Esperança", recomendo a leitura sem quaisquer reservas, sem qualquer margem para dúvidas, é um livro 5 Estrelas. 

Aproveito para agradecer à Porto Editora, mais uma vez, a cedência deste exemplar.




segunda-feira, 23 de novembro de 2020

sexta-feira, 31 de julho de 2020

sexta-feira, 20 de setembro de 2019