As mensageiras da esperança foi lido ainda em 2020, foi o último livro do ano, e entrou directamente para os preferidos.
Esta obra de Jojo Moyes é baseada na história verídica de um grupo de mulheres do Kentucky que viveram nos anos 30.
Ao longo desta narrativa vamos acompanhar a vida sofrida de várias mulheres, sendo duas as protagonistas principais: a Margery e a Alice.
Margery é uma mulher dura, independente e muito destemida, que tem uma história familiar árdua e é a líder do grupo das bibliotecárias - "Horse Librarians of Kentucky" - de que o livro versa e cuja historia iremos acompanhar. Por outro lado, Alice é uma rapariga inglesa de uma família conservadora, que acaba por encontrar no seu casamento, com o americano Bennet Van Cleve, uma escapatória à sua vida na asfixiante família. Muda-se para o Kentucky com o seu marido e nada é como estava à espera, uma vez que continua a ter uma existência infeliz. É esse o principal motivo que a leva a juntar-se ao grupo das bibliotecárias a cavalo.
É com base nestas personagens que Jojo Moyes inicia o desenrolar desta magnífica história. Os trajectos que estas mulheres fazem a cavalo para entregar os livros às pessoas que vivem nas zona mais recônditas, o cansaço e todas as dificuldades que as personagens enfrentam são-nos brilhantemente descritos pela autora e fazem com que o leitor se transporte para o que está a ser contado.
Considero ainda extremamente interessante, a forma como são descritas as amizades e os laços que, através dos livros, se estabelecem entre estas mulheres, mas igualmente as relações que as mesmas criam com as pessoas a quem levam os livros e que em algumas situações demonstram resistência a esta biblioteca.
No entanto, todas as descrições da autora servem para salientar aquele que considero o aspecto essencial deste livro, que é a forma brilhante como nos transmite e dá a conhecer a realidade de uma América profunda dos anos 30 e do papel da Mulher nesta época.
Ao longo de todo o livro é-nos retratada uma sociedade altamente castradora para o género feminino e onde principalmente, as mulheres que leem e com capacidade de argumentar, eram consideradas um perigo para os homens.
Existem episódios de enorme intensidade no enredo que criaram em mim, enquanto leitora, um nó na garganta e uma enorme revolta enquanto mulher, tendo em conta a violência dos mesmos.
Em suma, convido-vos a lerem este "As Mensageiras da Esperança", recomendo a leitura sem quaisquer reservas, sem qualquer margem para dúvidas, é um livro 5 Estrelas.
Aproveito para agradecer à Porto Editora, mais uma vez, a cedência deste exemplar.